A lua dourada imperava no céu negro. Estava convidativa. Mas ela não estava afim. Conhecia bem a rotina. O que imperava no universo dos dois, era o desejo dele.
De nada adiantava ela vestir os pijamas velhos e surrados. De nada adiantava se encolher no seu canto da cama virada para parede e fingir estar dormindo. Ele não percebia nenhum dos sinais. Contudo, rejeitá-lo, sempre lhe causava um grande problema. No dia seguinte, teria de aguentar as mais diversas manifestações de descontentamento, portas batendo, grosserias.
Mas um sinal ele conhecia bem. Foi quando ela olhou para o resto de vinho tinto que havia sobrado na taça ao lado da cama, bebeu num gole só. Sem virar-se, desceu o pijama até os joelhos. Dois minutos era o tempo que ele precisava. No outro dia nascia uma nova mesma noite, independente da lua.
Aí Fê, ao estilo Hilda Hilst, provocando os leitores...
ResponderExcluirestou adorando mais e mais essa nova fase de nossa eterna amizade...
bjs Clarice
Desde que morto e enterrado àquela mesma noite, fatídica, e, pulsam, ainda que em intervalos desiguais, imensos o carinho e o respeito
ResponderExcluirpor tão significativos escritos.
Que reine, ainda que desfalecido,
tão sublime, o DESEJO!
Cla
ResponderExcluirOs anos passam e nossa amizade, como os bons vinhos, só melhora. Também estou amando esta nossa nova fase que se incia e que "promete"!!
bjss
Por mais que não te convença do contrário, a LUA, ela então toda imperadora, sempre estará em todas as suas fases, sobreposta, pronta a decifrar e tornar compatíveis
ResponderExcluiros nossos sinais.