quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cisne Negro- Parte 2

     Na postagem anterior a idéia  foi traçar um paralelo entre algumas idéias de Nietzsche e o filme Cisne Negro de  Darren Aronofsky. Que  talvez faça sentido apenas para que já tenha alguma familiaridade com a obra do filósofo alemão
.  
        Meu objetivo agora é tecer poucos comentários de uma forma direta  e sucinta sobre pontos que me pareceram chaves nesta produção.

        Apesar de não ter lido muitas críticas, as lidas, apontam as falhas no quesito ballet.  Ressalto aqui, que o ballet é apenas um pano de fundo do filme. O centro é todo o processo psicológico atravessado pela protagonista e pelo próprio espectador...

        Quem vai ao cinema esperando assistir ao Lago dos Cisnes de Tchaikovsky, interpretado por alguma exímia bailarina, não perca seu tempo.  Apenas no final do filme é quando se contempla fragmentos desta peça..

        Porém, para outros como eu, amantes e admiradores da loucura, do sonho e da arte, estarão indo ao lugar certo.

        A busca da perfeição de Nina ( Natalie Portman) acaba se tornando sua maior  limitação. Despertada pela sua ambição, a bailarina começa descobrir uma nova face de si. É através da relação comi Lily ( Mila Kunis),colega e rival , é que Nina encontra passagem para entrar em contato com seu lado mais sombrio, ,sedutor, cruel e instintivo. Em muitos momentos nem a protagonista nem o espectador conseguem distinguir quando é uma ou outra.  Cenas muito mais para narcísicas psicóticas do que de lesbianismo propriamente dito.  

        Nesta assustadora e impactante metamorfose que  surge  um monstro absoluto, trágico e divino 
.
        Esta é a força transformadora da paixão, pela vida, pela arte, pelo trabalho ,por outro ou até por nós mesmos.


        Entrar neste mundo ambíguo, assombroso e angustiante da personagem acaba nos levando a penetrar  nas profundezas mais obscuras do mundo feminino, invisíveis até para as próprias mulheres.


                Fica a aqui a dica. Assistam..
           

3 comentários:

  1. Realmente eh tudo isso...saih do cinema super atordoada e faz uma semana que ainda tenho flashes na minha mente. Voce conseguiu descrever a montanha russa de sentimentos e pensamentos que passaram pela minha cabeca enquanto a historia se desbobrava na minha frente, dos demonios que guardamos profundamente acorrentados.
    Mas outra hora gostaria de ouvir teus comentarios sobre o comportamento da figura materna no filme. Obrigada por mais um post interessante.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Realmente é um filme que agita o interno feminino. Me pareceu que é mãe de Nina era mais comprometida emocionalmente que a própria filha.
    Só para brincar um pouco... Conheces a mãe de Norman Bates-Psicose? A mãe de Nina ou era filha ou neta daquela senhora...

    ResponderExcluir